Estadão – No dia 12 de maio, em 1955, as mulheres paulistas conquistavam o direito de ser policiais

O jornal Estadão publicou hoje (12/05) o artigo de Raquel Gallinati, Presidente do Sindpesp e Tania Prado, Presidente do Sindicato dos Delegados Federais SP e Diretora da ADPF-SP sobre a criação do primeiro grupamento policial feminino de toda a América Latina em 12 de maio de 1955.

Na data de hoje, 12 de maio, em 1955, o Estado de São Paulo criou o primeiro grupamento policial feminino de toda a América Latina. Há 65 anos, o Decreto 24.548, assinado pelo então governador Jânio Quadros, instituiu na Guarda Civil paulista, o Corpo de Policiamento Especial Feminino. Garantir às mulheres o direito de exercer a atividade policial foi um verdadeiro marco na emancipação feminina e na luta pela igualdade de direitos, sem distinção de gênero.

No texto do decreto, encontramos trechos que apontam para o futuro de igualdade entre homens e mulheres, que ainda hoje lutamos diariamente para consolidar em nossa sociedade.

– “Considerando já estar reconhecida e proclamada, em definitivo, em nossos dias, a capacidade jurídica e intelectual da mulher de lutar, ao lado do homem, nos mais variados setores da atividade humana;”

As 13 mulheres policiais pioneiras do Estado de São Paulo tiveram que superar a desconfiança de setores da sociedade e piadas jocosas sobre o primeiro policiamento.

O primeiro objetivo das policiais femininas seria a atuação em casos envolvendo violência contra mulheres e crianças. Foi o primeiro passo para que as mulheres ocupassem postos de destaque nas forças de segurança de todo o Brasil.

Aos poucos, o exemplo paulista foi seguido pelos demais estados brasileiros, que passaram a permitir o ingresso de mulheres.
Em 1974, Ivanete Oliveira Velloso foi a primeira mulher aprovada em concurso da Polícia Civil de São Paulo e empossada para o cargo de delegada.

Ainda hoje, as forças de segurança são instituições predominantemente masculinas, mas cada vez mais as mulheres estão ocupando seu espaço tanto no combate à criminalidade nas ruas quanto nos postos de comando das polícias.

Para reforçar a presença feminina, criamos no ano passado o movimento “Mulheres na Segurança Pública”, com o objetivo de respeitar as especificidades das nossas atividades, como a gestação e a maternidade, e incentivar que mais mulheres ingressem nas policiais e ocupem cargos de comando nas instituições.

O machismo e o preconceito na polícia perdem espaço a cada dia, sempre que uma mulher policial mostra o seu valor e a sua capacidade de trabalho.

As dificuldades e os desafios da carreira policial ainda existem, atingindo tanto homens quanto mulheres.

Mas hoje, 12 de maio de 2020, vamos homenagear as 12 policiais e a sua comandante, que há 65 anos romperam a barreira do preconceito e com muita honra vestiram pela primeira vez o uniforme de policial no nosso país. Ou, como foram chamadas na época, “as 13 mais corajosas de 1955”.
Raquel Kobashi Gallinati
Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo

Tania Prado
Presidente do Sindicato dos Delegados Federais SP e Diretora da ADPF – SP

Estadão: https://bit.ly/3bq9X2o

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