O programa BoraSP desta quarta-feira entrevistou a presidente do Sindpesp, Raquel Kobashi Gallinati Lombardi sobre o caso Mariana Ferrer. A audiência repercutiu pelo fato da vítima sofrer humilhação durante o julgamento por parte do advogado do réu. O juiz presente não se manifestou contra a forma com que a vítima foi tratada, o que causou grande revolta por parte da sociedade.
“Primeiramente é uma sensação de indignação, é repugnante a forma como o advogado trata uma vítima, em uma audiência em que o juiz deve zelar sobretudo pela dignidade da pessoa humana. Houve uma violação da dignidade da vítima. Por muito tempo se colocou a vítima num papel coadjuvante e principalmente em crimes sexuais, se tenta menosprezar essa vítima, para que aquele criminoso fique em segundo plano.” declarou Raquel.
Joel Datena, apresentador do programa, relembra que é dever do juiz interferir quando há uma manifestação errônea por qualquer parte. E deixa claro que a conduta do advogado do réu foi totalmente inapropriada e desrespeitosa.
Raquel Gallinati reafirma que houve uma completa violação da dignidade da vítima, que contou com a conivência daqueles que deveriam proteger a vítima no sistema de justiça criminal. “É inadmissível, causa revolta, é repugnante assistir a cena. Em momento nenhum a lei da autoridade ou ressalva para que o advogado atue dessa forma em uma audiência, principalmente no trato com a vítima.” Gallinati ressaltou também o papel do delegado de polícia como primeiro garantidor da legalidade e da justiça. “A ação do delegado é primordial para que isso não aconteça na fase de inquérito policial, não permitindo ou coibindo práticas abusivas.”
A presidente do Sindpesp conclui dizendo que o motivo da revolta é o tratamento e o machismo institucional contra a vítima. E ressalta o papel fundamental da imprensa de divulgar situações assim, para que não se repitam no futuro, como forma de coibir e desencorajar os criminosos.
Confira:
