O primeiro convidado do ciclo de encontros com candidatos ao Governo de São Paulo, promovido pelo SINDPESP e pela ADPESP, esteve presente na sede da Associação, na manhã desta segunda-feira, 10 de setembro. João Doria, do PSDB, participou de uma conversa com os delegados de polícia para apresentar ideias e projetos de segurança pública e valorização da Polícia Judiciária Paulista.
Antes de expor seu plano de governo para a área da segurança pública, o tucano foi questionado pelo ex-delegado geral de polícia e vice-presidente da ADPESP, José Abrahão Kfouri Filho, sobre se o secretário de segurança de sua gestão seria escolhido novamente do Ministério Público, como tem sido há muitos anos. “Garanto que não haverá secretário de segurança promotor ou promotora”, afirmou. Doria, entretanto, fez a ressalva de que não estava querendo “diminuir” o MP. O atual secretário, o procurador Mágino Alves Barbosa Filho, é oriundo da instituição e foi nomeado em 2016 pelo então governador do Estado, Geraldo Alckmin.
As questões salariais e de déficit de pessoal foram as mais abordadas no encontro. Nos últimos 25 anos, os investimentos na Polícia Civil foram se tornando tão escassos que ensejaram um inadmissível sucateamento da instituição, o que dificultou o trabalho dos policiais.
O candidato assegurou que haverá melhoria, de forma gradativa, no salário das polícias, pois não considera plausível que “o estado mais importante do país não ofereça salários condizentes com a estatura e a importância da instituição Polícia Civil”. E ponderou: “Tudo será feito de forma respeitosa e cuidadosa”.
Sobre o déficit, Doria reconheceu que, enquanto o número de paulistanos aumentou consideravelmente, a Polícia Civil não acompanhou esse crescimento. Entretanto, ele não deu prazos e nem explicações de como serão feitas as correções do efetivo, apenas garantiu que será por meio de concurso público.
O candidato falou sobre o que chamou de “situação caótica das delegacias que permanecem sem recursos mínimos como limpeza, cadeiras e papel para impressão de boletins”. Segundo ele, “os DPs precisam oferecer padrão mínimo para atender a população. Tanto os servidores como a sociedade devem ter condições básicas para trabalhar. As delegacias de São Paulo vão ter atendimento padrão Poupatempo”, prometeu.
Os investimentos na área digital da Polícia Civil também foram assunto: “Os aparelhos existentes são ultrapassados, antigos. Vamos fornecer equipamentos de última tecnologia, se possível, até de primeiro mundo, para que a Polícia Civil possam exercer suas atividades com excelência”, ressaltou.
O apoio ao Seccolds, criação de um fundo específico para a Polícia Civil, compra de veículos semiblindados com câmeras e o ciclo completo foram outros assuntos que João Doria abordou em resposta aos participantes do encontro. Ele comentou sobre treinamentos à polícia com experiências internacionais; valorização da SPTC; monitoramento eletrônico e a aplicação do City Câmeras nos Centros de Operações Integradas (COI), através do aplicativo SP Segura; a implementação de DEICs regionais e bases comunitárias 24 horas, como já existe na Polícia Militar.
Compuseram a mesa principal do evento, representando a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati, a delegada de polícia e diretora da Adpesp, Jacqueline Valadares; o presidente da Adpesp, Gustavo Mesquita; o vice-presidente, José Abrahão Kfouri Filho; a presidente do Sindpf SP e diretora da Adpf, Tania Prado; e o deputado delegado Olim.
Estiveram presentes também o vice-presidente do SINDPESP, José Vicente Barreto Fonseca; os diretores do SINDPESP, Emiliano Chaves Neto e Paulo Fortunato; os diretores da ADPESP, Rodrigo Lacordia, Dario Elias Nassif; a diretora do DHPP, Elisabete Sato; a desembargadora do TJSP, Ivana David; o delegado de polícia do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (DIPOL), Luiz Fernando Ortiz, delegados de polícia de São Paulo e alunos do curso superior de polícia.