A presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Galinatti, participou, na noite desta terça-feira (18/06), do programa ‘COM Brasil Debate’, da COM Brasil TV, apresentado por Fernando Mauro Trezza e transmitido ao vivo pelos canais 28 Sky (Nacional), 28 Oi (Nacional), canal 11 da NET (SP) e canal 10 da Vivo (SP). Quatro convidados discutem os temas mais polêmicos que foram noticiados nos últimos dias.
O primeiro tema debatido foi o pedido de recuperação judicial da Odebrecht, da ordem de R$ 83,6 bilhões. “Quando se coloca a Odebrecht numa chamada de jornal como pivô (de um escândalo de corrupção), fica claro que ela era uma organização criminosa camuflada de empresa. Tinha uma contabilidade e siglas próprias e sabemos que se estancarmos a fonte de lucro dessa organização, ela para. A corrupção é, muitas vezes, mais grave que crimes hediondos, porque atinge toda uma nação”, afirmou a presidente do SINDPESP.
Quando o assunto foi a flexibilização do porte e posse de armas, as opiniões dos participantes ficaram divididas. A presidente do SINDPESP explicou que o decreto estabelece requisitos objetivos e afirma que é preciso ter uma discussão mais ampla sobre o assunto. “O cidadão de bem que cumpre esses requisitos pode ter a posse ou porte. Estamos falando de um direito que pode ser exercido por aquele que quiser. Se a população confia e acredita no Estado, o Estado também tem que dar esse voto de confiança”, disse.
O secretário executivo da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social de São Paulo, Paulo Martins, disse ser favorável à liberdade do cidadão. “O Estado quer decidir absolutamente tudo da vida do cidadão. O cidadão tem o livre arbítrio. Mais armas não querem dizer que teremos necessariamente mais violência, mas aumenta a sensação de segurança”, afirmou.
O advogado Raimundo Salles e a vereadora Sandra Tadeu se manifestaram de forma contrária ao decreto. “Eu tenho convicção de que essa regulamentação não poderia ser feita por decreto, mas por lei. Essa dita liberdade deve ser deliberada pelo Congresso. E acredito que você dá a possibilidade de gerar o crime de ocasião. Acho que no mundo civilizado não cabe isso. A pessoa pode ser impulsionada, em uma discussão, a ter uma reação e usar a arma”, comentou o advogado.
Os participantes discutiram as reportagens publicadas pelo The Intercept Brasil sobre o vazamento das conversas entre o Ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol. “Não há o que se discutir que aqueles elementos foram extraídos de forma criminosa. Moro e Dallagnol foram vítimas de um crime”, afirmou a presidente do SINDPESP.
Paulo Martins concordou com a avaliação de Raquel e acrescentou que não vê conduta criminosa nas conversas entre o então juiz federal e o procurador. “Isso é discurso político de quem roubou o Brasil. O povo brasileiro mudou, não é mais apático em relação à política. Estão tentando deturpar o trabalho de um juiz que salvou esse país”, disse. O advogado Raimundo Salles discordou dos demais.