A presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati, falou ao vivo, nesta quinta-feira (29/08), no programa “Revista da Cidade”, da TV Gazeta. A edição, conduzida pela apresentadora Regiane Tápias, abordou a violência contra a mulher, os índices de feminicídio no Brasil e os avanços da Lei Maria da Penha desde a sua criação. Participaram da conversa a especialista em desenvolvimento humano social Lisiane Zimmer e o comentarista Eduardo Martini.
Foram discutidos os tipos de agressão que podem culminar em crime de feminicídio, os problemas psicológicos causados nas vítimas e como o apoio dos familiares podem ajudar na reestruturação da mulher em situação de violência.
Para Raquel Gallinati, o aprimoramento da Lei Maria da Penha e a divulgação dos casos na mídia proporcionam informações às vítimas. “Elas sofrem violência por aquele de deveriam protegê-las e amá-las. É importante que a sociedade discuta e fale sobre o assunto. É preciso apoio, não só das leis e dos poderes públicos, para coibir essa violência de forma mais contundente”, explicou.
Questionada sobre o processo do crime de violência, Raquel explicou que é gradativo, começando pela moral, seguida da verbal, física e, por último e mais grave, o feminicídio. “No decorrer das fases, a mulher fica com o agressor o tempo todo e em determinado momento,quando muito fragilizada emocionalmente, sente merecedora de todas as agressões”, pontuou Raquel.
A delegada de polícia ressaltou ainda que a última fase da violência é chamada de “Lua de Mel”, quando após todas as agressões, o homem promete que os episódios não irão se repetir e faz a mulher acreditar que ele não irá mais cometer nenhuma agressão. “A mulher sabe que está sendo agredida mas as promessas do parceiro faz com que ela não consiga sair deste ciclo. Dados mundiais comprovam que as vítimas só denunciam após a 7ª agressão”, disse Raquel.
Lisiane Zimmer completou com explicações sobre o apoio de amigos e familiares. “Não é simples. Ela se sente insegura, com medo e tem vergonha de falar a respeito. É preciso ter muita empatia e se colocar no lugar da mulher para que ela tenha confiança e consiga dar o primeiro passo.”, disse.