O Sindpesp repudia as recentes declarações do governador Rodrigo Garcia, que apontou a compra do horário de folga dos policiais como forma de reforçar a segurança pública em São Paulo.
À Jovem Pan, Garcia informou a intenção de reforçar a operação delegada na Capital, como forma de ampliar a presença da “tropa na rua” e evitar a ocorrência de furtos. A ampliação se daria por meio da compra do horário de folga do policial.
A simples intenção do governador de “comprar a folga” é o reconhecimento do déficit de policiais em São Paulo e um mea culpa da incompetência do Governo em oferecer uma Segurança Pública adequada às necessidades da população paulista. Somente na Polícia Civil, são mais de 15 mil cargos vagos e centenas de aprovados em concurso aguardando nomeação.
Na prática, o Estado oficializa o bico; O policial civil e militar terá que cumprir um turno adicional, sacrificando o seu tempo com a família. Como os policiais paulistas estão entre os mais mal pagos do país, resignados, muitos deles são obrigados a aceitar essa sobrecarga em troca de dinheiro. Pressionado com uma carga de trabalho ainda mais desumana, o policial correrá o risco de adoecer física e mentalmente. Exausto, não terá condição de cumprir adequadamente sua atribuição de proteger a população. Os policiais devem receber pagamento digno e de acordo com a responsabilidade e o risco da sua atividade. Mas ao invés de recompor os salários, o Governo determina que os policiais sacrifiquem seu convívio familiar e saúde, para poder ampliar sua renda.
O Sindpesp, sempre imbuído do espírito de apontar as falhas no sentido de colaborar para a solução dos problemas, entende que o Governo deve direcionar recursos para a contratação de policiais. Já as prefeituras, que arcam com os custos dessa atividade delegada, podem colaborar empenhando esse recurso no reforço de suas guardas civis, fundamentais na preservação do patrimônio público e na ampliação da segurança pública.