NOTA DE REPÚDIO II

Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo repudia a declaração do Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, veiculada em reportagem da TV TEM São José do Rio Preto , no Noroeste Paulista. Ele afirma ser desnecessária a presença de Delegado de Polícia
em cidades pequenas e que nesses locais o delegado deveria pescar.

Além de jocosa e desrespeitosa, a manifestação do Governador revela que ele desconhece a natureza da função do Delegado de Polícia e não é à toa que a Segurança Pública entra em colapso em São Paulo e deixa a população à mercê da criminalidade crescente. O Delegado de Polícia, assim como todas as carreiras da Polícia Civil, não são meros registradores de ocorrência. São os responsáveis pela investigação de crimes, a fim de que sejam punidos os responsáveis por delitos conforme os ditames legais. É notório que o interior paulista já foi tranquilo e que seus habitantes hoje alteram seus hábitos para se defenderem da violência, do tráfico de drogas e das explosões de caixas eletrônicos.

O sucateamento da Polícia Civil vem ocorrendo há décadas, já que as ínfimas contratações não superam o número de aposentadorias e exonerações. Sequer acompanha o crescimento populacional do Estado. E novamente, a anunciada contratação de cerca de dois mil policiais civis não solucionará o problema, já que o déficit de funcionários alcança nove mil cargos vagos e até o final do ano de 2017, mais dois mil outros policiais civis pedirão aposentadoria, tornando inócua a medida anunciada. Não sabe o Governador que somente 3% dos policiais civis tem menos de 30 anos de idade e 44% tem mais de 50 anos? Desconhece que estamos perto de ter quase 44% dos delegados de polícia na terceira idade?

Governo do Estado de São Paulo, por meio de sua política de segurança equivocada, nega à população paulista o direito de ter os crimes, dos quais fora vítima, investigados pela Polícia Civil.

Em algumas regiões houve a propositura de ações civis públicas para que o Governo cumprisse seu dever de fornecer uma investigação eficiente e de qualidade à população, a partir de contratação de policiais civis. Quando o Governo não cumpre suas obrigações, a judicialização da demanda é necessária.

Com dinheiro em caixa, afinal São Paulo fechou 2016 com superávit de 1,5 bilhão, o Estado se nega a proporcionar ao cidadão paulista à investigação de crimes, realizada pela Polícia Civil, incorrendo em improbidade administrativa. A gravidade do quadro demonstra que tanto a judicialização da demanda quanto a participação da população são as únicas formas de se evitar o colapso da Segurança Pública em São Paulo, já que o atual Governo insiste em adotar uma política equivocada, cujo resultado tem sido o aumento do índice de criminalidade e o crescimento do PCC e do crime organizado como um todo.

O combate à violência e ao crime organizado só se faz com uma Polícia Civil forte.

Assista a reportagem no link http://g1.globo.com/…/justica-determina-que-estado-contrate…

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