O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, o SINDPESP, repudia a atuação do parquet, Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, contrária às funções institucionais de quem deve zelar pela fiel aplicação da Lei e da Constituição da República, no episódio de uma verdadeira perseguição aos Delegados da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.
O chefe máximo da instituição policial carioca, no exercício de seu dever, atendeu à exceção prevista na Lei de Licitações para adquirir ferramentas de trabalho urgentes para o bom funcionamento do órgão, num Estado cuja situação de calamidade na área de segurança pública é notória.
Um princípio básico da Justiça foi sumariamente ignorado: o de somente acusar alguém com provas, produzidas no bojo de uma investigação séria e oficial. Não dá nem para afirmar que o conjunto probatório para ensejar a denúncia dos colegas foi risível, simplesmente porque não houve conjunto probatório. Sem pestanejar, o acusador oferece denúncia e condena à pena de execração pública, sem permitir a defesa na investigação criminal em desfavor dos Delegados cariocas, o que causa danos talvez irreparáveis à sua honra e dignidade.
Vivemos tempos sombrios. Festivais pirotécnicos assim destroem irreversivelmente o patrimônio mais nobre do ser humano, sua imagem. Esse ataque institucional não foi somente à Polícia Civil do Rio de Janeiro, mas a todas as Polícias Judiciárias, à sociedade e ao Estado Democrático de Direito.