A falta de policiais no Departamento de Polícia Judiciária do Interior 5, na região de São José do Rio Preto, deixa ainda mais exaustiva e preocupante a rotina de quem atua na Polícia Civil. Este foi o principal problema relatado à presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati, e ao vereador de Rio Preto, delegado e diretor da ADPESP, Renato Pupo, durante a reunião desta terça-feira (25/06).
Delegados e policiais de Santa Fé do Sul que estiveram no encontro contaram que a estrutura física e de pessoal da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) está “caindo”. Atualmente, a especializada conta apenas com uma delegada, uma escrivã e uma investigadora. Em cidades menores, o que acontece é o acúmulo de funções por falta de profissionais.
Escrivães e investigadores são deslocados das seccionais para atuar em cidades menores, prejudicando o resultado das atividades investigativas. “O índice de recursos humanos na nossa região está decaindo. Antigamente, tínhamos sete delegacias territoriais, hoje atuamos com três. Nas especializadas, caímos de quatro para duas. Essa falta de efetivo é o que mais preocupa e é isso que devemos exigir, incansavelmente, do governo estadual”, destacou Renato Pupo.
O baixíssimo salário da Polícia Civil é uma preocupação constante do sindicato. A falta de vontade do Executivo paulista em melhorar a remuneração da Polícia Civil fez com que os próprios delegados da Capital criassem um projeto para apresentar ao governador.
Raquel Gallinati explicou que a ideia “é a recomposição salarial escalonada em quatro anos, assegurando ao delegado um salário compatível às carreiras jurídicas de Estado. Os estudos comprovam que há orçamento disponível e que é possível, inclusive, o reajuste de todas as carreiras policiais.”
Outra situação que afeta o Deinter 5 é o funcionamento das cadeias públicas. A partir das quatro da tarde e aos finais de semana, os CPs não recebem os presos provisórios que aguardam sentença da Justiça. Delegados e agentes policiais reivindicam que o recolhimento seja feito 24 horas.
Sobre a Reforma da Previdência, Raquel frisou a importância de todos os policiais manifestarem, tanto nas redes sociais, quanto nos atos presenciais, o descontentamento com a PEC 06. Ela ressaltou também que o momento é de fazer contato e estreitar os laços com os deputados federais. “Integrantes da Polícia Civil, representados pela ADPJ, estiveram com o Rodrigo Maia e ele garantiu que os policiais civis não terão tratamento diferenciado dos federais e militares. Mesmo com essa declaração, nossa mobilização precisa continuar para que a gente consiga os 25 votos favoráveis na Comissão Especial”, observou a presidente.