A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP), Raquel Kabashi Gallinati, participou, na tarde desta quarta-feira (28/08), de uma audiência com o secretário de segurança, João Camilo Pires de Campos, intermediada pela deputada estadual Márcia Lia (PT). O presidente do SINPCRESP, Eduardo Becker, e o presidente da ADPESP, Gustavo Mesquita, também participaram da reunião, que teve como objetivo buscar informações do governo sobre as ações efetivas que estão sendo adotadas ou planejadas para a segurança pública e para melhorar as condições de trabalho dos policiais.
Os presidentes das entidades levaram ao secretário a necessidade de solucionar os problemas que provocaram, ao longo dos anos, o sucateamento da Polícia Civil do Estado, como a recomposição salarial, do quadro de policiais e a reforma das unidades. O secretário não forneceu mais informações sobre o reajuste salarial anunciado pelo governo para 31 de Outubro.
Os representantes dos delegados cobraram do secretário informações sobre os encaminhamentos adotados em relação ao projeto das 10 medidas de fortalecimento e modernização da Polícia Civil. “As medidas que apresentamos não possuem custo orçamentário algum e dependem tão somente de estratégia e vontade política para sua implementação. Se isso tivesse sido implementado, muitos dos problemas teriam sido sanados”, enfatizou Raquel.
A presidente do SINDPESP informou que será enviado um relatório atualizado ao secretário com base em dados levantados nas últimas visitas a todos os DEINTERS e apresentou uma reivindicação recorrente dos policiais. “Um problema muito grave que afeta o bom andamento da Polícia Judiciária é o recebimento de presos pela Secretária de Administração Penitenciária (SAP), com horários restritos até às 17h e sem operação nos finais de semanas e feriados. Isso, somado à ausência da carreira de carcereiros e ao deficit da polícia, tem causado grandes transtornos. Esse é um item de urgência para ser sanado”, cobrou Raquel.
Mesquita reforçou a necessidade do governo apoiar a iniciativa da implementação das unidades do Setor de Combate aos Crimes de Corrupção, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro (SECCOLD). “Trata-se de uma das medidas de nosso projeto e que hoje já está em atividade, porém sustentadas unicamente pela coragem e ímpeto dos delegados seccionais. O que propomos é que o combate à corrupção de maneira estruturada se transforme em uma política de governo”, afirmou o presidente da ADPESP.
A diferença entre a valoração dos vales-alimentação entre policiais civis e militares, assim como a falta de apoio ao efetivo feminino nos plantões nas atuais 133 unidades das Delegacias da Mulher (DDM) e a promessa de governo sobre o início do processo de equiparação salarial dos policiais em 31 de outubro em São Paulo também foram questionados pelos representantes.
O secretário informou que todos as solicitações feitas pelas entidades estão sendo encaminhadas. “Temos que buscar soluções que sejam boas para todos, o que demanda um processo mais árduo”, disse.
Camilo Pires reforçou a possível continuidade da política de expansão dos plantões 24h dos DDMs, que atualmente acontecem em dez unidades e afirmou que deve “mirar no aumento do efetivo de policiais femininas, que hoje são apenas 17%”.
A deputada Marcia lia reforçou sua solidariedade “à dura realidade enfrentada pelos policiais civis de São Paulo” e pediu ao secretário o cuidado com essas importantes instituições para que eles possam ter asseguradas condições para cumprir a missão de proteger a sociedade.