A última região visitada pelo SINDPESP possui um deficit de aproximadamente 40%, o quarto maior do estado. Faltam, ao menos, 580 policiais, segundo o último levantamento oficial disponibilizado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), que data de dezembro de 2018. O Deinter 4, em Bauru, é mais um local onde policiais civis sofrem com a falta de profissionais para atuar na linha de frente da segurança pública. No encontro ocorrido nesta terça-feira, 06 de Agosto, a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati, conversou com os delegados sobre o problema que atinge o estado.
Junto dela, estiveram o diretor do Deinter 4, Marcos Baurraj Mourão; o delegado seccional de Bauru, Ricardo Silva Dias; a presidente da 21ª da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcia Regina Negrisoli, e a vereadora de Bauru Yasmin Cristina.
A Delegacia Seccional de Jaú atende 10 cidades. Lá, o deficit é maior que a média regional. São 61% policiais a menos no quadro previsto em lei, situação que compromete o trabalho diário dos que tentam desempenhar suas funções de Polícia Judiciária. “A realidade é que os integrantes da instituição são muito vocacionados, e de forma heroica exercem funções de 4 ou 5 policiais, muitas vezes sem direito ao descanso com seus familiares. Não vamos permitir que governos temporários coloquem como política de gestão investir ou não na segurança pública. Isso é obrigação do estado”, afirmou Raquel.
Com esse cenário, não só a Polícia perde, mas toda a sociedade, como ressaltou a presidente do SINDPESP. “A defasagem é um problema que atinge a toda população de São Paulo. Sem poder exercer as atividades de Polícia Judiciária, todos nós ficamos desprotegidos e aquele que comete um crime não tem a certeza do castigo.”
A presidente da 21ª da OAB de Bauru, Marcia Regina Negrisoli, reconheceu que, apesar das angústias diárias, os policiais de Bauru trabalham com dignidade e relevância. “Sabemos deste deficit no quadro de profissionais e, assim como vocês, também visamos a proteção do cidadão. A OAB está à disposição da Polícia Civil. Esta é uma causa de toda a sociedade.”
Para a vereadora Yasmin Cristina, a segurança pública deve ser prioridade para que outros direitos possam ser exercidos. “A população não tem conhecimento dessa defasagem e acaba olhando para a Polícia Civil como se ela não quisesse ajudar. Este tema deve ser o primeiro nas pautas de discussões do nosso país”, disse.
Agora, o próximo passo do SINDPESP será reunir as informações colhidas nas visitas pelo interior do estado e preparar um relatório para o governador João Doria. Este documento auxiliará o Governo do Estado a buscar soluções reais para resolver o problema da segurança pública em São Paulo.