A diretoria do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo participou nesta sexta-feira (07/04/2017) de evento promovido pela Comissão de Direitos Humanos “Irmãos Naves”, no Auditório Franco Montoro da ALESP – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em homenagem ao delegado de polícia Clemente Calvo Castilhone Junior, preso injustamente quatro anos atrás. Em 31 de agosto de 2016, por unanimidade, desembargadores da 12ª Câmara de Direito Criminal, do Tribunal de Justiça de São Paulo, reconheceram que sequer havia justa causa para que Castilhone fosse processado, determinando, assim, o trancamento da ação penal.
O ato solene teve momentos de grande emoção e contou com a presença de importantes autoridades do Poder Legislativo e Judiciário, além de delegados e demais carreiras da Polícia Civil do Estado de São Paulo e parentes do homenageado. O coordenador geral da Comissão de Direitos Humanos “Irmãos Naves”, Claudio Marques Rolim e Silva, iniciou os trabalhos. Depois, seguiram-se os discursos de alguns dos membros da Mesa da Cerimônia: os desembargadores do Tribunal de Justiça, Mauricio Lemos Porto Alves e Ivana David; o deputado federal Major Olimpio; os deputados estaduais Delegado Olim, Coronel Telhada e Carlos Giannazi; o divisionário da Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo, Jorge Amaro Cury Neto (representando o delegado geral Youssef Abou Chahin); a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati; o ex-delegado geral da Polícia Civil SP, Abrahão José Kfoury; e o presidente da Associação Paulista de Imprensa – API, Sérgio Azevedo Redó.
“Foi uma molecagem o que fizeram com o Clemente”, bradou o deputado federal Major Olimpio, criticando os promotores do Gaeco de Campinas que pediram a prisão. “Mas o MP não deve carregar a culpa sozinho”, disse o desembargador aposentado Mauricio Lemos Porto Alves. “O Gaeco pediu a prisão, mas foi um magistrado que a concedeu, por isso, em nome do Poder Judiciário, peço perdão”, completou, arrancando aplausos da plateia.
O desembargador foi juiz corregedor do DIPO, Departamento de Inquéritos Policiais do Tribunal de Justiça. Sua colega, a desembargadora Ivana David, também esteve presente e fez questão de ressaltar que o delegado Castilhone sempre foi um “homem sério, competente e estudioso”.
“É preciso agora alardear que a Justiça foi feita. É preciso dar à absolvição do delegado o mesmo tratamento midiático realizado à época de sua segregação. É preciso que seu nome apareça nos jornais, rádio e TV com a mesma intensidade com que foi exposto. Mais ainda, é preciso que seus acusadores venham a público expressar seu pedido de desculpas por terem arruinado uma época de sua vida tão pujante do ponto de vista pessoal e profissional. Sabemos, entretanto, que nada disso ocorrerá”, afirmou a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Dra. Raquel Gallinati.
Na vez do Dr. Clemente falar, o evento atingiu seu ápice. A emoção tornou-se muito forte. Houve silêncio na plateia para não perder uma só palavra.
“O que aconteceu comigo foi muito triste e visceral”, revelou o delegado, “e o aspecto mais cruel de tudo foi a exposição”, disse. “Hoje, vejo este ato solene como um capítulo final, um ponto final de um episódio que começou quatro anos atrás. Para ser um homem de bem, leva uma vida toda e isso não pode ruir, assim, por nada, por causa de uma barbeiragem jurídica. Por isso, estou feliz que meus filhos se lembrarão para sempre do que estão presenciando hoje, pois saberão que seu pai é um homem honrado que nunca mereceu passar pelo que passou”, desabafou.
Castilhone lembrou-se de amigos já falecidos, como o delegado geral Luiz Maurício Blazeck e o delegado Wagner Giudice. E fez questão de lembrar o que chamou de “um pequeno detalhe muito importante” dito pelo delegado Marco Antônio Pereira Novaes de Paula Santos, ex-diretor do DENARC-POLICIA CIVIL, que estava na plateia. “Durante uma entrevista ao vivo, o repórter perguntou para o Dr. Marco se ele confiava em mim, antes da minha prisão. E a resposta dele foi a de que confiava em mim no presente e não no passado, como perguntava o jornalista. Eu nem vi essa entrevista mas ela deu muito conforto à minha mãe”, agradeceu.
No evento, o delegado recebeu a Medalha “Delegado Ismael Benedito do Nascimento”, concedida a integrantes das Polícias Judiciárias que sofreram injustificadas criticas e acusações infundadas no cumprimento de sua missão. Castilhone também ganhou diplomas de outorgas especiais concedidas pela Comissão. Um clima de muita alegria preencheu o auditório nos momentos finais do ato solene. De olho no futuro, os amigos desejaram a Castilhone muitas vitórias pessoais e profissionais. “Que o futuro lhe dê a oportunidade de melhores e frondosos dias”, disse o ex-delegado geral, Abrahão José Kfouri Filho. #SindpespemAção#HomenagemDrCastrilhone
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CONFIRA O DISCURSO DO COORDENADOR DA COMISSÃO IRMÃOS NAVES, CLÁUDIO MARQUES ROLIM E SILVA NO LINK https://www.facebook.com/sindpesp/videos/785131961650662/
CONFIRA O DISCURSO DA PRESIDENTE DO SINDPESP, RAQUEL KOBASHI GALLINATI, NO LINK https://www.facebook.com/sindpesp/videos/784411548389370/
CONFIRA O DISCURSO DO HOMENAGEADO DELEGADO CLEMENTE CALVO CASTILHONE JR, NO LINK https://www.facebook.com/sindpesp/videos/785131918317333/