Nota conjunta de apoio ao Sindpesp

Associação dos Delegados de Polícia do Brasil – ADEPOL DO BRASIL e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil – FENDEPOL, entidades representativas da classe dos Delegados de Polícia em âmbito nacional, manifestam em conjunto perante seus filiados e à sociedade seu mais enfático apoio ao Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo – SINDPESP,  no que tange às honestas manifestações em  diferentes meios de veiculação que denunciam o colapso estrutural da Polícia Civil do Estado de São Paulo, infelizmente premida de recursos mínimos de custeio para seu regular funcionamento, causando severos prejuízos ao cidadão e à coletividade.

A  realidade vigente no Estado de São Paulo é um reflexo mais notório do abandono deliberado por sucessivos Governos das Polícias Civis em todo Brasil, as quais se encontram desaparelhadas tecnologicamente, pessimamente remuneradas e sem estrutura basilar para cumprir minimamente sua missão constitucional.

O Governo do Estado de São Paulo parece se esquecer que o Delegado de Polícia exerce uma atividade típica de interesse público delegada pelo próprio Estado através de atos de Governo, configurando uma literal autofagia governamental sucatear a instituição policial civil. Ainda que a razão desta opção política de precariedade seja de difícil lógica para a população, é inaceitável presenciar o Governo do Estado de São Paulo tentando desesperadamente apresentar à mídia um quadro de “normalidade”, como se tal distorção factual desconsiderasse a deplorável realidade vivida por todo e qualquer cidadão que se vê compelido pela defesa de seus direitos a comparecer a uma unidade da Polícia Civil.

Comprar viaturas e posar para imagens publicitárias não mais ludibriam o senso crítico da população; muito menos alavancar operações policiais espalhafatosas que apenas servem para desgastar a credibilidade das instituições policiais; deve, portanto o Governo do Estado de São Paulo ter a sinceridade e a hombridade perante a população deste Estado de reconhecer o estado de calamidade e abandono da sua Polícia Civil. Uma autocrítica acerca desta realidade triste de obsolescência seria um gesto minimamente de respeito ao cidadão e de consideração para com a necessária verdade.

Reiteramos nosso  posicionamento de apoio irrestrito a todos Delegados de Polícia e policiais civis do Estado de São Paulo que lutam honestamente por melhores condições de trabalho, já que nenhum ser humano pode ser rebaixado a tamanha indignidade existencial ao se ver obrigado a exercer sua profissão com tamanho descaso e abandono indigente.

Brasília/DF, 07 de agosto de 2017

Carlos Eduardo Benito Jorge

Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil

Rodolfo Queiroz Laterza

Presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil

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