As declarações do agora ex-ministro da Justiça Sérgio Moro revelam fatos gravíssimos, que comprometem a instituição da Presidência da República e devem ser apurados com todo o rigor que o momento exige.
A Polícia Federal não pode estar exposta a tentativas de ingerências políticas e manipulação de interesses.
O antídoto contra a excessiva vulnerabilidade da Polícia Judiciária e as odiosas intromissões políticas é a autonomia institucional. O bom desempenho da missão policial está diretamente relacionado com a sua organização de forma autônoma, para a construção de uma Polícia Federal republicana, eficiente, isenta e imparcial.
Para tanto, é indispensável a autonomia institucional, escudo protetivo contra interferências indevidas de setores da sociedade brasileira. Ainda mais grave que essa tentativa arbitrária tenha como origem a principal instituição do país, a Presidência da República.
A autonomia institucional da Polícia Judiciária concorre para o interesse público e qualquer tentativa de alterar essa norma deve ser vista como um ataque aos fins para os quais se destina, a manutenção do Estado Democrático de Direito e da Justiça.