Plantão de 14 horas e escalas abusivas são problemas graves enfrentados por policiais civis do Deinter 1

Deficit de 20% no efetivo, longos períodos de plantão e escalas abusivas de trabalho que contrariam as normas previstas na Organização Internacional do Trabalho (OIT). Estes são os problemas mais graves que profissionais da Polícia Civil de São Paulo estão enfrentando na região do Departamento de Polícia Judiciária (Deinter 1), de São José dos Campos. Essas e outras situações foram relatadas por delegados e policiais durante a visita do SINDPESP à cidade.

Raquel Kobashi Gallinati, presidente do sindicato, na companhia do deputado federal Luiz Flávio Gomes e do diretor do Departamento, Célio José da Silva, ouviu as demandas locais e conversou sobre outros assuntos de interesse da classe. Delegados das seccionais de Cruzeiro, Guaratinguetá, Jacareí, São Sebastião, São José dos Campos e Taubaté, todas que compõem a região do Deinter 1, estiveram presentes no encontro.

Segundo os delegados, o maior transtorno é a falta de pessoal nos DPs e a necessidade de fazer plantões de 14 horas. Muitos policiais ficam 24 horas de sobreaviso a semana toda. A situação decorre do deficit de 14.098 policiais em todo Estado. Na região do Deinter 1 faltam 314 profissionais. “Para conseguir desempenhar sua função, muitos policiais ficam vários dias de sobreaviso. Além do cansaço físico, essa situação expõe o policial a uma tensão constante e traz graves problemas de saúde”, comentou Raquel Gallinati.

Com a situação cada vez mais alarmante e o início da nova gestão do governo estadual, o SINDPESP reforçou as cobranças para que fossem abertos novos concursos para a Polícia Civil. No começo do mês, João Doria autorizou a abertura para preencher parte dos cargos vagos na instituição. O delegado seccional de Guaratinguetá, Márcio Ramalho, ressaltou que este é o maior concurso anunciado em 20 anos. “Foi a autorização com o maior número de vagas que eu tenho conhecimento. E isso graças à atuação das entidades que estão do nosso lado, estabelecendo um diálogo e cutucando o governo para que nossas demandas não sejam esquecidas”, disse o delegado.

Para a presidente do SINDPESP, o trabalho do sindicato não é de resultado, mas de meio. “Pegamos os problemas mais sérios e cobramos uma resposta. Mostramos para a sociedade que a demora na elaboração do boletim de ocorrência não é por maldade ou folga do policial, e sim, porque o Estado não contrata pessoal suficiente para acelerar o atendimento nas delegacias”, ponderou.

PEC 06
Outro assunto debatido foi a tramitação da reforma da Previdência na Comissão Especial. O último texto do relator Samuel Moreira não contempla os policiais civis de maneira justa, o que gerou uma série de manifestações contra a aprovação da PEC por todo o Brasil.

Questionado pelos delegados sobre o tratamento da Polícia Civil na PEC 06, o deputado federal Luiz Flávio Gomes foi categórico ao afirmar que “quanto mais a classe se mobiliza, mais chances de conseguir o que queremos. Esta reforma é um jogo que pode mudar a qualquer momento, até o último minuto.” O parlamentar frisou ainda a necessidade de “mostrar a injustiça que estamos submetidos nessa proposta. Não queremos privilégios, mas uma polícia não pode ser tratada de forma diferente da outra”, finalizou.

Luiz Flávio Gomes comentou que o texto com os destaques de cada partido deverá ser lido só na terça-feira que vem. Neste mesmo dia, Raquel Gallinati cumprirá agenda em Brasília para participar de mobilização dos policiais civis e federais, e visitar os deputados para pedir apoio na reforma.

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