A respeito de propagandas que estão sendo veiculadas na TV sobre segurança pública, é preciso afirmar que o governador Geraldo Alckmin nunca entendeu a importância de tal assunto. Se agora faz parecer que sim, é com propósito meramente eleitoreiro, visando a cadeira presidencial.
Apesar de alardear os bons atos da polícia, realizados, aliás, por conta do profissionalismo de seus integrantes e nunca por conta de algum incentivo do Palácio, o governador não tem como ocultar os números crescentes de crimes contra o patrimônio e, mais ainda, o sucateamento a que submeteu a polícia investigativa.
Hoje, faltam 12 mil policiais civis. O salário do delegado de polícia de São Paulo é o pior do país. Na primeira semana de janeiro deste ano, foi anunciado um reajuste de 4% para toda a corporação, uma vergonha diante dos 5 anos de vencimentos congelados, sem nenhum tipo de reposição sequer inflacionária. Para agravar a falácia, tal reajuste nem chegou a ser votado ainda pela Assembleia Legislativa. Nenhum policial paulista está recebendo um centavo a mais, apesar do alarde feito em janeiro.
A frota da Polícia Civil permanece em sua maioria sucateada. Semanas atrás, o Diário Oficial publicou decreto que aliena dois helicópteros da Polícia Civil. São equipamentos antigos, que deveriam ser vendidos sim mas imediatamente repostos. Só que não. A frota do Serviço Aerotático foi reduzida pela metade. A Polícia que investiga, cumpre mandados de prisão, busca e apreensão contra os criminosos mais sofisticados, os que comandam organizações inteiras, está agora mais vulnerável, sem a possibilidade de contar com o mesmo apoio aéreo de antes.
As delegacias estão caindo aos pedaços. Fora aquelas “escolhidas” para aparecerem na imprensa, que estão virando ou já são do “modelo Poupatempo”, todas as demais tem algum problema de infraestrutura. Recentemente, a imprensa mostrou onde estão alojados os policiais dos grupos especiais. Quando chove, a sala dos investigadores alaga.
É muito tendencioso por parte do governador querer se vangloriar através dos atos de seus policiais, que fazem o melhor porque amam serem policiais, não porque tenham condições de exercerem bem as suas funções. Fazer isso é, no mínimo, errado, antiético e falacioso.