A presidente do Sindpesp, Raquel Kobashi Gallinati, e os diretores Emiliano Chaves Neto, Daniela Del Nero Bylinskyj e Arnaldo Rocha, assistiram nesta sexta-feira, 10 de novembro, as palestras do “I Simpósio Nacional de Combate à Corrupção” organizado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal de São Paulo (ADPF/SP), com apoio do Sindpesp. O evento, que começou quinta, aconteceu no auditório das Faculdades Integradas Rio Branco, na Lapa.
O primeiro tema da sexta foi a “Articulação no Combate à Corrupção”, com mesa conduzida pelo delegado de Polícia Federal que atuou na Operação Lava-Jato, Milton Fornazari. Logo após o coffe break, os participantes assistiram à palestra sobre “Operações policiais: investigação e execução”, com o delegado de Polícia Federal, Rafael Fernandes Souza Dantas. Entre diversas questões, o delegado revelou que a Polícia Federal trabalha atualmente num conjunto de dados obtidos através das centenas de operações realizadas nos últimos tempos, a fim de tentar traçar antecipadamente ações do crime organizado: “A médio prazo, vamos transformar essas informações em algoritmos preditivos para chegarmos antes do criminoso”, previu. Debatendo o assunto, esteve a presidente do Sindpesp, Raquel Kobashi Gallinati, que fez questão de reconhecer o trabalho da Polícia Federal como um “exemplo e inspiração para todas as polícias judiciárias”. Raquel acrescentou que deseja ver a Polícia Civil paulista livre de interferências políticas: “Precisamos fazer a Lava-Jato também no Estado”, afirmou.
Um agradecimento especial foi feito aos apoiadores da PEC 412 da Autonomia da Polícia Federal. A iniciativa contou com a participação da jurista Janaina Paschoal, que também declarou apoio à causa.
Após o agradecimento, que rendeu aplausos de toda a plateia, uma mesa sobre o tema “Autonomia da Polícia Federal” teve a participação de figuras importantes como o presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-SP, Arles Gonçalves Júnior, o delegado da Polícia Federal, Jorge Pontes, o presidente da ADPF, Carlos Eduardo Miguel Sobral, o vice-diretor regional da ADPF-SP, Edson Garutti Moreira e o professor da FGV e especialista em segurança pública, Rafael Alcadipani, que fez um discurso de apoio: “Precisamos que as polícias não sofram influências políticas, não só as judiciárias mas as militares também. Precisamos que sejam independentes para fazerem seu trabalho”, disse.
O Simpósio também contou com uma palestra magna sobre “Organização Criminosa e Corrupção no Estado Democrático”, com a participação especial do desembargador do TJSP, Guilherme Souza de Nucci, que abordou questões sobre a ética. “A corrupção vem de berço, ou não. Quando uma família passa a imagem da honestidade para a criança, isso vai se espelhando”. O desembargador acredita que uma mudança de mentalidade está ocorrendo no Brasil: “Aqueles que dão um jeitinho estão indo embora e está vindo uma nova era de pessoas mais jovens que não tiveram contato direto com essa cultura. Percebo que a onda do ‘politicamente correto’ tem ajudado, ninguém mais tem coragem de falar publicamente ‘comprei um servidor público’, por exemplo, o que antes era feito com orgulho”, declarou.
O tema “Ficha Limpa – Uma história de Combate à Corrupção. Inovação: o aplicativo Mudamos”, fechou o evento com a palestra do professor da USP Luciano Caparroz Pereira dos Santos e do delegado da Polícia Federal e membro do Conselho Estadual de Política sobre Drogas de São Paulo, Adalto Machado, como debatedor.