No dia 15 de setembro, o jornal “O Diário de Barretos” publicou, em sua coluna “Opinião Aberta”, nas edições on-line e impressa, texto do cirurgião dentista Rogério Ferreira da Silva a respeito do trabalho policial. Foi bastante positivo ler a visão do dentista sobre a realidade que os policiais de São Paulo vivem, principalmente pelo fato dele ser alguém sem nenhum vínculo com a instituição.
O dentista conversou conosco e expressou sua indignação com a falta de investimento na Polícia Civil, por parte do Governo do Estado, principalmente na região em que mora, Barretos.
O Sindpesp agradece esse reconhecimento e reitera que o apoio da sociedade fortalece o exercício da Polícia Civil, contribuindo ainda mais para uma instituição motivada, apesar da situação imposta pelo Governo.
Leia o texto, na íntegra, nesta publicação:
Polícia
Vendo as notícias ligadas aos Policiais (militares e civis) – massacres em presídios, greves, mortes em trabalho no Rio, emboscada e morte no bairro do Morumbi em São Paulo, jovem oficial que prestou serviço aqui em Barretos morto com tiro por assaltantes que queriam sua moto, me fez pensar a respeito do tema: Para ser Policial tem que estudar muito, passar em um concurso concorrido, fazer curso de formação por mais de ano, estudar, tirar plantão, fazer faxina, estudar mais. Para ser preso, basta você roubar, matar, traficar… O Policial trabalha horas, noites, madrugadas, feriados, tem dia que mal consegue comer por causa do número de ocorrências. Já o preso come, dorme, toma banho de sol, não trabalha. O Policial se for pego dormindo em serviço é punido severamente, o preso dorme a hora que quer.
O Policial tem que trabalhar muito para sustentar a família, o preso ganha auxílio reclusão para comer e dormir. Se um Policial entra na casa de alguém é abuso de autoridade, vai ser punido. Se o preso entrou na casa de alguém vai para a audiência de custódia e talvez nem seja preso (punido). Na audiência de custódia ele é questionado se foi bem tratado e se não houve agressão por parte dos Policiais. Se um Policial for agredido por um preso, pode ter certeza que não vai dar em nada. Mãe de Policial não sofre a perda do filho, mãe de preso aparece na TV pedindo justiça. Policial morto em serviço é estatística, preso morto em cadeia é selvageria. Viúva de Policial não recebe indenização quando o Policial é morto cumprindo seu dever. Família de preso recebe flores, um espaço no Jornal Nacional e a indenização que a família de um Policial não recebeu. Policial não pode fazer greve. Preso faz rebelião, queima colchão e ganha um novo. Ser Policial é uma escolha, ser preso também. Servir e proteger a população é uma escolha. Matar, roubar, traficar também. Ser Policial neste país deveria ser sinônimo de heroísmo, mas no Brasil, ser Policial é ser vilão e ser preso é ser coitado e receber proteção. Será que não está faltando o devido valor a quem de direito?