É preciso ser transparente!
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP) vem a público esclarecer a verdade que a nota à imprensa da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), divulgada na sexta (31/03/2017), omite: os 124 Policiais Civis designados para a região de São José do Rio Preto, desde 2011, portanto, há sete anos, não representa efetivo minimamente suficiente para suprir a inaceitável falta de policiais civis na região. Senão vejamos: 124 policiais em sete anos resultam numa média de 17 por ano. O que são 17 policiais por ano para uma região que, de acordo com dados da Fundação Seade, tem 96 municípios e cerca de 1.450.000 habitantes? O SINDPESP não está nem levando em consideração a quantidade de policiais civis em todas as carreiras que se aposentou ou saiu por outros motivos.
Em favor da transparência sempre alardeada pelo Governo do Estado de São Paulo, a SSP deve parar de omitir informações, pois dificulta que o cidadão entenda o tamanho da gravidade do problema que envolve o sucateamento da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Ainda em outra parte da nota, a SSP se justifica afirmando que 442 policiais – dentre eles, 80 delegados – sairão da academia para integrar o quadro da Polícia Civil SP. O que ela omite é que esse número já entrou na contabilização real do déficit imenso de cerca de 9 mil policiais civis. Ela faz parecer que são 442 a mais, mas não são. No Estado, de 2011 até hoje, 3.688 policiais civis foram contratados mas a instituição perdeu 7.187, em razão de morte, exoneração e aposentadoria.
O Governo Estadual deve convocar com a máxima urgência todos os aprovados nos concursos de todas as carreiras, datados de 2013, promover novos concursos rapidamente e atualizar o quadro fixado de cargos da Polícia Civil, definido 23 anos atrás, em 1994, quando a população paulista tinha 11 milhões de pessoas a menos. Enquanto o Governo Paulista permanecer somente na retórica da omissão, o cidadão será o maior prejudicado, pois com a polícia investigativa sendo relegada a segundo plano, prosperará o crime, a impunidade e a sensação de insegurança na população.
Raquel Gallinati
Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo