O SINDPESP e as demais entidades de classe de profissionais das forças da segurança pública se reuniram em uma grande manifestação na tarde desta segunda-feira (4/11), na rua Brigadeiro Tobias, centro da cidade de São Paulo.
O ato é a maior mobilização da história dos profissionais de segurança pública do estado de São Paulo e reuniu cerca de 10 mil pessoas nas ruas do Centro de São Paulo. Pela primeira vez, as polícias Civil, Militar, Científica e a Administração Penitenciária caminharam unidas, em repúdio ao anúncio de reajuste salarial e o pacote de medidas feito governador João Doria na última quarta-feira (30).
As concentrações ocorreram simultaneamente em frente à Secretaria de Administração Penitenciária, quartel do Comando Geral da PM e Delegacia Geral de Polícia.Militares e agentes penitenciários caminharam até a DGP, onde, unidos aos policiais civis, foram em passeata pacífica até a sede da Secretaria de Segurança Pública.
O ato, liderado pelo SINDPESP, em conjunto com parlamentares e outras entidades representativas da categoria, chamou a atenção para a situação de penúria dos agentes de segurança do Estado, que sofrem com remuneração baixa, defasagem de efetivo, equipamentos sucateados e falta de diálogo com o Governo do Estado.
“Todas as polícias estão unidas em repúdio ao anúncio deboche feito pelo governador. Nós queremos trabalhar de acordo com a nossa potencialidade. Sem estrutura, salários e valorização isso é impossível. Nesta situação, quem perde é a população que fica sem segurança e a mercê da criminalidade.” ressaltou a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati.
Ao chegarem à SSP, o grupo encontrou as portas da secretaria fechadas e parlamentares e líderes não foram recebidos, o que causou mais protestos dos milhares de policiais, que entoaram coros de “mentiroso” e “vagabundo” contra o governador.
“Somos uma polícia de respeito e exigimos respeito”, destacou a presidente do sindicato. “O governador não vai usar a nossa polícia pra fazer propaganda e sucatear as nossas instituições. Ele prometeu em campanha que a polícia paulista será a segunda mais bem paga do país (atrás da polícia do Distrito Federal) e não vamos aceitar um aumento de 5%, que sequer recompõe nossas perdas salariais”, completou Raquel.
Atualmente, os delegados de polícia de São Paulo recebem o segundo pior salário do país, à frente apenas dos delegados de Pernambuco. O último aumento de salário foi concedido em 2013. De acordo com cálculos do sindicato, somente para a recomposição salarial dos profissionais seria necessário um índice de aumento em torno de 50%.
Diversas entidades de classe, autoridades e políticos participaram da mobilização prestando apoio e empunhando a luta dos policiais, entre eles o senador Major Olímpio; deputado federal, Coronel Tadeu; os deputados estaduais Major Mecca, Tenente Nascimento, Adriana Borgo e Calos Giannazi e o vereador Reis.